segunda-feira, dezembro 03, 2012

Pediatria em Angola, parte II


Resposta à resposta....
 
 
Bom dia Exmo. Dr. Leite,


Agradeço a resposta ao meu email.
 
Fiquei esclarecida quanto à diferença entre Clínica e Consultório e os valores praticados. Estranhei saber que a prioridade do Consultório não é tratar crianças. É acompanhar clientes. Mas tomei nota. Aceitam-se crianças saudáveis mas não doentes, não parece fazer sentido mas respeito.

Por último, percebi que a preocupação de fundo do meu primeiro email é totalmente legítima, falta sensibilidade e preocupação ao corpo clínico da Peandra, características fundamentais a um pediatra, pois em momento algum do seu esclarecimento teve a preocupação de perguntar pelo estado de saúde da minha filha. Nem só de competência técnica é feito um bom médico.

Quanto ao seu filho desejo as minhas sinceras melhoras e que recupere rapidamente. Espero que, para onde quer que se tenha dirigido para receber cuidados de saúde, tenha sido bem recebido.

No que respeita ao comportamento mais temperamental do meu marido pedimos as nossas desculpas.

 

Melhores cumprimentos

Paula Martins

Pediatria em angola, parte I

Carta aberto ao (ex)pediatra dos filhotes,
 
 
Exmo. Senhor Dr. Leite,

 Sou a mãe do Tiago de 5 anos, da Raquel de 3 e da pequena Laura de 6 meses, todos eles acompanhados pelo Dr. Leite desde miudos, anteriormente na Horton Pediatrica e mais recentemente na Peandra.

 Hoje, pelas 15h30 contactei a Clínica Peandra. A Raquel, desde Domingo, tem tido febres altas. Tenho estado vigilante e atenta a outros sintomas, tentado controlar a febre, entre Benuron e Brufen. E ontem até parecia estar relativamente bem, abaixo dos 38°C pelo menos, mas hoje a febre retomou os 39°, o que me deixou preocupada. Já é o 3º dia, afastando assim a hipótese de uma vulgar virose. A par disto ela perdeu um pouco de apetite e reforcei ainda, juntamente da funcionária que me atendeu o telefone, que estava preocupada e que era mesmo importante que ela fosse observada hoje.

Atendeu delicadamente, tomou nota, e solicitou que lhe ligasse dentro de meia hora, pois iria expor a situação aos pediatras de serviço, de entre os quais o próprio Dr. Leite, para ver a disponibilidade de agenda.

 E assim procedi. Quando liguei informou-me simplesmente que infelizmente nenhum dos pediatras tinha disponibilidade. Ainda interroguei ingenuamente: Como devo então proceder? Qual o procedimento que os pais de uma criança, sempre acompanhada pelos serviços e médicos da clínica, deveria adoptar nestas situações de urgência, pois que não é possível prever e marcar consulta, como deveria calcular... Disse que não tinha uma resposta para me dar e que lamentava.

 Tornei a insistir, sempre de forma delicada, que é nestes momentos precisamente que os pais e as crianças mais precisavam de poder contar com o apoio dos médicos que elegeram para acompanhar a saúde dos seus filhos e em quem depositaram total confiança. Se não seria possível deslocar-me para a clínica, aguardar por uma desistência, pelo fim das consultas ou por outro médico mais disponível, ao que me tornaram a responder que não valeria a pena porque nesse dia não seria seguramente atendida, pois não havia disponibilidade de nenhum dos pediatras de serviço.

 Sinceramente, fiquei incrédula. Como se recusa assim os tratamentos de saúde a uma criança necessitada e com historial na Clínica? Que tipo de posicionamento é este da Clínica Peandra? Tratamento de excelência? Referência de qualidade? São máximas bonitas e que li nos vossos ilustres prospectos, mas que em momento algum, no dia hoje, senti ou experimentei.

Como deve calcular, depois da enorme decepção de hoje, tomámos a decisão de não mais submeter os nossos três filhos aos cuidados da vossa ilustre instituição. E se no passado já dei as vossas melhores referências, futuramente não terei como não revelar a enorme falta de preocupação e profissionalismo de que fui alvo no dia de hoje por parte da clínica e dos seus pediatras, classe que sempre mereceu a minha admiração.

Não pretendo nada mais com este email senão que aprendam com o erro de hoje e não sujeitem outras mães e pais, verdadeiramente preocupados com a saúde dos seus filhos, ao sentimento de total impotência a que me sujeitaram hoje.

 Gostaria de terminar com votos de sucesso para a clínica, mas não consigo, não estaria a ser honesta. Hoje percebi que não são merecedores de tal feito.

 
Melhores cumprimentos
Paula Martins e Nuno Gaspar

sexta-feira, novembro 02, 2012

Mais Luanda.....

Cidade que nos testa a cada momento... E que de alguma forma nos vai dando força e vontade de continuar a ter uma espécie de licenciatura na arte de desenrascar coisas que nos são basicas para sobreviver.
Quinta feira, véspera de feriado e de fim‑de‑semana comprido, chamada de casa às 18:15 a dizer que o gerador tinha parado e nãohavia energia.
Chego a casa e tinha um fusivel derretido, a tal ponto que nem o consegui tirar a alicate. Como tinha visto um tecnico mudar ali um fisivel há um mês atrás, fui lá directo. Como também não o conseguia mudar, resolvi cortar um pedaço de cabo eléctrico e "substituir" o fusível.
Aquele circuito era o de carga da bateria, pelo que essa ficou descarregada.
Fui ao carro da Paula e ao tentar tirar a bateria, perdi uma peça quemfaz o aperto do cabo à bateria. Pior, para a tirar, tinha que remover um tubo que liga ao radiador... Demais para mim.
Como há outro carro na casa, fui ao meu. Consegui e aproveitei para estrear os cabos de encosto que a Paulinha tinha trazido da tuga (já que os que tinha comprado na rua, eram, como se diz por aqui, da "maiuia"). Não me pareceram com grossura suficiente mas funcionaram na perfeição.
No entanto, ao arrancar (seguramente ligado ao facto abaixo da substituição do guarda), o gerador engasgou mais de dez vezes e desligava... Aí à decima, aguentou-se.
Luz!!!! E ar condicionado, água (em Angola sem luz não há água pk a bomba não funciona), geleira, etc etc
Consegui um piquete para me dar uma ajuda no dia seguinte, hoje, sexta-feira feriado. Claro que fiquei sem praia de manhã, á custa disso e também de:
No fim‑de‑semana passado, um dos dois guardas que está comigo há quatro anos apareceu para trabalhar num estado de coma alcoolico. Mesmo. Para quem pode ter que pegar numa kalashnikof e com os meus filhos em casa, fiquei muito feliz e contente. Depois de varios "pequenos erros" como o próprio classificou o episódio e mesmo com pena pois sei das dificuldades que passa, pedi à empresa para o substituir.
O novo chegou na 4ªfeira e perguntei se a pessoa que ele tinha rendido tinha explicado o que fazer: gerador, portões, da ajuda que dou além do ordenado: sim, sim sim.... Ok fiquei descansado.
5ª feira, a tal véspera de feriado, a Paula pediu-lhe para avisar quando estivéssemos curto de gasóleo: resposta imediata: "chefe, não há gasóleo".
Havia, para durar até hoje ao almoço pelo que, depois da assistência ao gerador, lá fui para as bichas com os habituais "bidons" amarelos tão típicos. Eu e varios (arrisco dizer dezenas só aquela hora e só na bomba nova da marginal) com bidons....
Testes e mais testes nesta Luanda, que como diz um bom amigo, nem parece o mesmo lugar onde nasci, com água, luz, qualidade de vida (esta última acrescentei eu).
E não vos chateio mais com o episódio de há 3 semanas em que a bomba de água queimou e foi mais uma manhã de sábado perdida. Ou ganha, em experiência...

quinta-feira, maio 31, 2012

Laura... Buzinha.....

O titulo está certo... Buzinha é o nome que os manos deram (viram o filme monstros e companhia?) A emoção de sermos papás não diminui de intensidade. Diferente, seguramente mas com mesma alegria e felicidade. Bemvinda filhota....

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Maurícias, parte I

Amigos:
Enquanto preparamos o blogue acima de água, o subaquatico já está actualizado. http://osnossosmergulhos.blogspot.com
Até "já"

terça-feira, outubro 05, 2010

Imperdível.... e mesmo aqui ao lado....










Temos falado, aqui, nas viagens que fazemos, nos lugares que visitamos, nas peculiariedades que nos vão acontecendo. Aqui fica mais uma, para mim de todo inesperada, na dimensão com que se deparou.
Tive a felicidade de apanhar um dia fantástico para voar. Nem fazia ideia de quão mais fantástico era o lugar.
Vejam as fotos.
Uma água ora verde ora azul, a lembrar as fotos que aparecem nos programas de "visite o paraíso".
Umas ilhas, douradas, com recortes mais perfeitos do que se tivesem sido desenhadas.
Umas vilas típicas ao longo da costa, alterando com o verde extasiante dos campos de golfe, no meio de luxuosos condomínios.
Salinas de cor forte a contrastar com todas as outras.
Uns barcos a pintar os quadros azuis.
Sol.
Calor.
Luz.
E tudo isto mesmo "ali" ao lado.
Algarve. O mesmo do Sul de Portugal, pois claro. Se pudesse ter metido os pés na água e sentido os 27º que parecem ter ocorrido este ano, seguramente um local que nada deve aos dos tais cartazes publicitários.
É que é mesmo aqui ao lado...

terça-feira, agosto 31, 2010

É uma espécie de... recordar os velhos tempos!!!

Já nem memória temos dos tempos em que nos dedicávamos a actividades mais radicais e mais exigentes.
Com filhos, e a engordarmos graciosamente no sofá, contemplando as suas graças, a nossa ambição resumia-se a 1 hora de ginásio, 2 vezes por semana (bem o Nuno não perdoa a bola de 4ª F).

Como os pequenos ficaram no Algarve por 3 semanas com os avôs para gozarem o Verão, já que aqui enfrentamos esses árduos 24ºC do cacimbo e os miudos, sem creche, quase ou nada têm que fazer, decidimos inciarmo-nos numa nova actividade para sacudir o caruncho. E não é que não correu nada mal para estes kotas? Cá vão as melhores fotos para partilharmos com os amigos. 

quinta-feira, agosto 05, 2010

Mais uma... De filme...

Agora que a família mais próxima está longe, no verão do Hemisfério Norte, há que fazer por minimizar a saudade e ocupar o tempo.
Ontem foi dia de 2 jantares, um com dois amigos outro com uns amigos/colegas. Fui ao promeiro cedinho, dois dedos de conversa e arraquei para o 2º.
Quando acabou o 2º, ainda liguei para os primeiros e como eles ainda estavam no restaurante, voltei para a 2ª parte da conversa. Claro que ao fim daquele tempo, os dois amigos levavam uns copos de vantagem...
Fomos corridos do restaurante perto da uma da manhã. Um deles foi descansar para casa e o outro foi conhecer a minha, e, claro, beber mais um copo.
À saída, acompanhei-o a pé para a zona do carro dele, sendo já duas e meia da matina. Ficámos no passeio a ultimar os considerandos. No início, vejo 2 homens a pé e fiquei desconfiado, ao que o meu amigo respondeu: "naaaaa, aqueles não têm mota, não te preocupes".
Conversa mais à frente e vejo um carro, parar perto de nós. Mas a conversa estava "nice" e continuámos.
Quando vi que aquilo cheirava menos bem, disse ao meu amigo: "entra no carro que isto é estranho e vamos embora". Mas era tarde.
Aparece um do meu lado com alguma coisa debaixo da camisola e outro do lado do meu amigo, o condutor. "Gritavam baixinho:" dá tudo que temos armas"... Eu mostrei que não tinha nada a não ser chaves. O meu "novo amigo" viu que não se safava comigo e correu a ajudar o do outro lado.
Entrámos no carro, ele, o verdadeiro amigo, a mais custo com dois bandidos em cima. Conseguiu ligar o motor e arrancámos.
Havia um terceiro no carro que arranca atrás de nós e até nos ultrapassa, com o meu amigo a tentar abalroá-lo. Como não conseguiu, passámos nós a perseguir o outro. Sem pensar, o meu amigo aproxima-se do outro até lhe dar uma pancada por trás, obrigando-o a despistar-se e bater nuns carros que estavam na lateral.
Naturalmente não parámos logo e fomos dar uma volta mais à frente. Quando voltámos e chegámos ao local do acidente, já o "bandido" tinha fugido, mesmo com um tiro disparado por um segurança privado que estava próximo.
No fim, a carteira do meu amigo desapareceu com uns dólares e os documentos.
Além disso, a registar os largos minutos que fiquei para adormecer, com o corpo a tremer.... Mais uma. Com esta são 3. Estou em Angola há 6 anos. Uma a cada 2 anos.. Posso "relaxar" até 2012.... será?

sábado, julho 03, 2010

Mundial de Futebol

Desta vez, para variar, apesar de distantes, estamos mais próximos de um grande acontecimento Mundial - O Campeonato do Mundo de Futebol. Roam-se de inveja!!!

O Nuno já aproveitou, e numa Sexta-Feira saíu de casa às 3h30 da manhã rumo ao aeroporto para daí apanhar um voo para Durban e assistir ao Portugal-Brasil. Foi um jogo morno e sem golos, mas segundo ele um espectáculo único e imperdivível, com uma vibração dentro de campo indiscritível. Ficou maravilhado com toda a actividade a decorrer na cidade: concertos nas praias diariamente, calçadões fechados para promover o desporto, um mês em festa! Algo que não se sentiu em Angola com a realização do CAN (Campeonato Africano das Nações), um equivalente ao EURO na Europa, realizado em Janeiro deste ano e que quase passou despercebido pela cidade de Luanda. Às 2h00 da manhã o Nuno já estava de regresso a casa e a dormir na sua cama.

Claro que o merchandising não ficou esquecido e o Tiago recebeu um equipamento completo da selecção, o Nuno a camisola e eu uma T´Shirt muita gira de Portugal. As "vuvuzelas" completaram o kit. A Raquel também vestiu verde e vermelho e na Terça-Feira seguinte lá estávamos nós todos vestidos a rigor para torcer por Portugal numa espécie de derby do Mundial: o Portugal-Espanha. Não há dúvida que o jogo foi uma decepção mas ao menos as nossas fotos ficaram lindas.


segunda-feira, março 08, 2010

Porque a mulher merece

 E pensar que durante muito tempo fui contra o dia internacional da mulher. Sempre fiquei com a sensação de que se tratava de uma espécie de homenagem às minorias, ou, se aquele dia específico é o da mulher, seria que todos os outros eram do homem?


Bem, mas em Angola mudei radicalmente de opinião. Já que alguém idealizou este dia especial no nosso calendário, ao menos os angolanos decidiram prestigiá-lo de forma adequada, com um feriado. Assim, o que na realidade sentimos falta, é de um dia internacional do homem com direito a feriado.

Mas propomos que em vez de uma dia fixo do mês, seja um dia fixo da semana, tipo segunda feira, como hoje.

Gozámos um fim de semana prolongado muito giro. Agarrámos nos miúdos e lá fomos nós passar o fim de semana ao Pirata Surf Camp em Sangano, uns 110km sul de Luanda. Uns bungalows modestos juntos ao mar, mas com espaço, ar condicionado e uma pequena geleira (just enough). Sem luxos mas com bastante qualidade de vida. Chinelo no pé. Fatos de banho até à hora de adormecer. Peixe e mariscos sempre frescos. Ao fim de 3 dias já só nos faltavam as guelras de tanto peixe comermos.

Os miúdos adoraram, a Raquel curiosa não sabia para onde olhar, de tanto que tudo queria captar em seu redor. O Tiago nem queria perder tempo sentado à mesa, e olha que ele bem gosta de comer.
À noite portaram-se lindamente. Aquele ar da praia é uma espécie de sonorifero. Caíam na cama e dormiam até de manhã.

Chegámos finalmente a casa, exaustos, mas felizes, de quem gozou e bem esse abençoado dia da mulher.




 

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Era uma vez...

... um casal e os seus dois pequenos filhotes na sua nova casa, que decidem preparar a maravilhosa ceia de Natal para a família com toda a intimidade e conforto para que o primeiro Natal da Raquel fosse inesquecível.



Toda a logística preparada, as entradas de cogumelos com um molho secreto ou as gambas gratinadas com espinafres e ainda o clássico bacalhau com broa e o peru recheado. Acompanhamentos de babar, legumes salteados, esparregado, arroz árabe.

As sobremesas não vou referir porque já percebi que esta introdução está a causar água na boca, mas também a intrigar quem está a ler, pois está a pensar, mas onde pretendem chegar com este bla bla?

Bem, às 19h00 do dia 24/12/2009, depois de colocada uma elegante mesa para 19 pessoas e enquanto nos preparávamos para manter a temperatura certa em todos os ambientes, fosse a temperatura do ar, fosse a dos alimentos, a energia eléctrica decide pregar-nos um partida e eis que falta, mas não por cinco minutos ou uma hora mas até às 22h30.

A comida estava gelada, a mesa transbordava de velas para que víssemos alguma coisa e a casa arrefeceu rapidamente. Não queríamos acreditar! Ainda pensámos por instantes, isto parece África, mas rapidamente corrigimos. NÃO! NEM PENSAR! Em Angola teríamos energia porque teríamos um gerador, bem desde que não faltasse combustível ou não houvesse problemas com os caregadores da bateria.
Verdade seja dita, conseguimos o que tinhamos desejado inicialmente, o primeiro Natal da Raquel tornou-se inesquecível, inclusive para o Tiago que viu pela primeira vez o Pai Natal na sua própria casa e se deitou às 2 da manhã, feito inédito para este pirralho que só conta com 2 anos e 3 meses.

quarta-feira, novembro 25, 2009

De volta ao quotidiano de Luanda

Já retomámos a nossa rotina em Angola.

A família de 4, quase nem dá para acreditar, 4, já veio para ficar e voltar ao seu quotidiano em Luanda. A Raquel já completou 6 meses, já come puré de legumes e fruta e lancha umas papas de cereais. Por isso já vai ficando com a bábá durante o dia.
O Tiago adora a creche. Recebemos grandes elogios dele sempre que o vamos buscar (mesmo sendo em francês, parecem ser elogios....!); depois de um período de adaptação complicado, agora é o mais participativo nas actividades, conhece todas as educadoras pelo nome, é bastante interactivo com as outras crianças. Adora as aulas de ginática e de pintura. Canta e conta em francês... Lindo!

E a mãe, de castigo, já voltou ao trabalho. Hehe. Mas ainda em pequenas doses.

O trânsito continua caótico, muitas vezes condicionante, senão impeditivo, de muitas decisões do dia a dia. Mas esta é a altura do ano por excelência, em que estar em Luanda é bem mais agradável do que estar em Portugal. Enquanto vos oiço falar em frio, vento, chuva, dias a encurtar e vos vejo empalidecer, aqui vamos à praia, à piscina, andamos descalços e enfrentamos os quase constantes 30º, dia ou noite. Tem sido gratificante nestes 2 meses, assistir ao crescimento das crianças neste ambiente de calor. É tão bom poder sempre fazer umas festinhas nos pezinhos minúsculos e descobertos da Raquel.
Para meter inveja, para variar, cá vão algumas fotos. É incrível como os pais passam a ser os actores secundários das suas próprias histórias.

Já sobre aqueles episódios únicos e irrepetíveis que só acontecem por cá, parece que nestes 2 meses escapámos. O nosso gerador é agora automático e funciona e tudo... (e mais necessário nesta época de verão). Hoje assisti a uma cena curiosa: o polícia sinaleiro mandou encostar um condutor que falava alegremente ao telemóvel, o que agora não é permitido. Sem qualquer problema, o condutor mandou o polícia aguardar porque estava a terminar a chamada, enquanto interrompia todo o trânsito que seguia no seu sentido. Lindo.

Há uns tempos, nas viagens do Nuno às províncias, numa daquelas aldeias que aparecem do nada e com pouco mais do que meia dúzia de habitantes, aparece a correr um agente da autoridade a mandar parar o Nuno. Saiu do outro lado da estrada para isso. Eis o espanto quando pediu ao Nuno que entregasse, na próxima cidade (100km) o correio oficial da polícia na esquadra local. Correio esse que ao ser entregue não causou qualquer espécie de surpresa no receptor, pois deve já ser o "método" habitual.

Mas há uma coisa a que continuo sem me habituar nesta altura do ano: chegar ao Natal com 30º. Tenho que admitir que este clima tropical não combina com árvores de natal e decorações natalícias na rua. Já o ano novo é diferente...

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