Carta aberto ao (ex)pediatra dos filhotes,
Exmo. Senhor Dr. Leite,
Sou a mãe do Tiago de 5 anos, da Raquel de 3 e da pequena
Laura de 6 meses, todos eles acompanhados pelo Dr. Leite desde miudos,
anteriormente na Horton Pediatrica e mais recentemente na Peandra.
Hoje, pelas 15h30 contactei a Clínica Peandra. A Raquel,
desde Domingo, tem tido febres altas. Tenho estado vigilante e atenta a outros
sintomas, tentado controlar a febre, entre Benuron e Brufen. E ontem até
parecia estar relativamente bem, abaixo dos 38°C pelo menos, mas hoje a febre
retomou os 39°, o que me deixou preocupada. Já é o 3º dia, afastando assim a
hipótese de uma vulgar virose. A par disto ela perdeu um pouco de apetite e
reforcei ainda, juntamente da funcionária que me atendeu o telefone, que estava
preocupada e que era mesmo importante que ela fosse observada hoje.
Atendeu delicadamente, tomou nota, e solicitou que lhe
ligasse dentro de meia hora, pois iria expor a situação aos pediatras de
serviço, de entre os quais o próprio Dr. Leite, para ver a disponibilidade de
agenda.
E assim procedi. Quando liguei informou-me simplesmente
que infelizmente nenhum dos pediatras tinha disponibilidade. Ainda interroguei
ingenuamente: Como devo então proceder? Qual o procedimento que os pais de uma
criança, sempre acompanhada pelos serviços e médicos da clínica, deveria
adoptar nestas situações de urgência, pois que não é possível prever e marcar
consulta, como deveria calcular... Disse que não tinha uma resposta para me dar
e que lamentava.
Tornei a insistir, sempre de forma delicada, que é nestes
momentos precisamente que os pais e as crianças mais precisavam de poder contar
com o apoio dos médicos que elegeram para acompanhar a saúde dos seus filhos e
em quem depositaram total confiança. Se não seria possível deslocar-me para a
clínica, aguardar por uma desistência, pelo fim das consultas ou por outro
médico mais disponível, ao que me tornaram a responder que não valeria a pena porque
nesse dia não seria seguramente atendida, pois não havia disponibilidade de
nenhum dos pediatras de serviço.
Sinceramente, fiquei incrédula. Como se recusa assim os
tratamentos de saúde a uma criança necessitada e com historial na Clínica? Que
tipo de posicionamento é este da Clínica Peandra? Tratamento de excelência?
Referência de qualidade? São máximas bonitas e que li nos vossos ilustres
prospectos, mas que em momento algum, no dia hoje, senti ou experimentei.
Como deve calcular, depois da enorme decepção de hoje,
tomámos a decisão de não mais submeter os nossos três filhos aos cuidados da
vossa ilustre instituição. E se no passado já dei as vossas melhores
referências, futuramente não terei como não revelar a enorme falta de
preocupação e profissionalismo de que fui alvo no dia de hoje por parte da
clínica e dos seus pediatras, classe que sempre mereceu a minha admiração.
Não pretendo nada mais com este email senão que aprendam
com o erro de hoje e não sujeitem outras mães e pais, verdadeiramente
preocupados com a saúde dos seus filhos, ao sentimento de total impotência a
que me sujeitaram hoje.
Gostaria de terminar com votos de sucesso para a clínica,
mas não consigo, não estaria a ser honesta. Hoje percebi que não são
merecedores de tal feito.
Melhores cumprimentos
Paula Martins e Nuno Gaspar
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