Cidade que nos testa a cada momento... E que de alguma forma nos vai dando força e vontade de continuar a ter uma espécie de licenciatura na arte de desenrascar coisas que nos são basicas para sobreviver.
Quinta feira, véspera de feriado e de fim‑de‑semana comprido, chamada de casa às 18:15 a dizer que o gerador tinha parado e nãohavia energia.
Chego a casa e tinha um fusivel derretido, a tal ponto que nem o consegui tirar a alicate. Como tinha visto um tecnico mudar ali um fisivel há um mês atrás, fui lá directo. Como também não o conseguia mudar, resolvi cortar um pedaço de cabo eléctrico e "substituir" o fusível.
Aquele circuito era o de carga da bateria, pelo que essa ficou descarregada.
Fui ao carro da Paula e ao tentar tirar a bateria, perdi uma peça quemfaz o aperto do cabo à bateria. Pior, para a tirar, tinha que remover um tubo que liga ao radiador... Demais para mim.
Como há outro carro na casa, fui ao meu. Consegui e aproveitei para estrear os cabos de encosto que a Paulinha tinha trazido da tuga (já que os que tinha comprado na rua, eram, como se diz por aqui, da "maiuia"). Não me pareceram com grossura suficiente mas funcionaram na perfeição.
No entanto, ao arrancar (seguramente ligado ao facto abaixo da substituição do guarda), o gerador engasgou mais de dez vezes e desligava... Aí à decima, aguentou-se.
Luz!!!! E ar condicionado, água (em Angola sem luz não há água pk a bomba não funciona), geleira, etc etc
Consegui um piquete para me dar uma ajuda no dia seguinte, hoje, sexta-feira feriado. Claro que fiquei sem praia de manhã, á custa disso e também de:
No fim‑de‑semana passado, um dos dois guardas que está comigo há quatro anos apareceu para trabalhar num estado de coma alcoolico. Mesmo. Para quem pode ter que pegar numa kalashnikof e com os meus filhos em casa, fiquei muito feliz e contente. Depois de varios "pequenos erros" como o próprio classificou o episódio e mesmo com pena pois sei das dificuldades que passa, pedi à empresa para o substituir.
O novo chegou na 4ªfeira e perguntei se a pessoa que ele tinha rendido tinha explicado o que fazer: gerador, portões, da ajuda que dou além do ordenado: sim, sim sim.... Ok fiquei descansado.
5ª feira, a tal véspera de feriado, a Paula pediu-lhe para avisar quando estivéssemos curto de gasóleo: resposta imediata: "chefe, não há gasóleo".
Havia, para durar até hoje ao almoço pelo que, depois da assistência ao gerador, lá fui para as bichas com os habituais "bidons" amarelos tão típicos. Eu e varios (arrisco dizer dezenas só aquela hora e só na bomba nova da marginal) com bidons....
Testes e mais testes nesta Luanda, que como diz um bom amigo, nem parece o mesmo lugar onde nasci, com água, luz, qualidade de vida (esta última acrescentei eu).
E não vos chateio mais com o episódio de há 3 semanas em que a bomba de água queimou e foi mais uma manhã de sábado perdida. Ou ganha, em experiência...