segunda-feira, outubro 30, 2006

Onde o Kwanza encontra o Atlântico

O rio Kwanza é um dos principais rios de Angola, pela sua dimensão, caudal e contributo económico. O nome do rio deu iguamente nome à moeda nacional - o Kwanza.

É um spot obrigatório no circuito de qualquer pescador, pela sua riqueza em fauna marítima.

E o lugar de eleição do rio, é a sua foz. Mesmo no bico, onde as águas nem se misturam completamente, onde se distingue a água doce da salgada, ou a temperatura das duas águas. Não sabemos se é esta envolvente que também encanta os peixes, mas é mesmo lá que normalmente é mais fácil ser bem sucedido na pescaria.

O acesso é feito de todo o terreno por uma língua de areias claras não muito extensa. De uma lado o rio e do outro o mar. Nesse dia fomos ainda brindados por um bando de uns 15 golfinhos que brincava e saltitava a não mais de 30 metros da costa. Realmente há que admitir que não é em todo o lado que se pode admirar tamanha fortuna.

Tirámos algumas fotos mas que, como sempre, não captam a grandeza da paisagem que só o olhar é capaz de gravar.

Na margem norte do rio há uma estalagem recente, com uns bungalows em madeira, muito bem enquadrados paisagisticamente, com possibilidade de se alugar um barco para subir o rio. Pode ser uma óptima solução para um fim de semana tranquilo e em família. Cada vez mais oferta e possibilidades.

O balanço do dia em pesca é que foi um pouco monótono, 8 bagres. Por desconhecimento ou amadorismo, só conhecemos uma utilização para o bagre, seco, para fazer o famoso Kalulu. Ora não sendo nós apreciadores, ficaram a rir os bagres que não percebendo bem o que lhes terá acontecido, regressaram com vida à água.

quarta-feira, outubro 25, 2006

"Passeio" a Malange

Há muito tempo que não escrevíamos nada. E em parte, o incentivo que recebemos de um (ainda) desconhecido ajudou a este pequeno texto. Muito obrigado.
Mas o que realmente ajudou, foram as horas que passei no carro, eu Nuno, para fazer 424 km até Malange.
Para lá, 11 horas e meia incluindo 2h de almoço em N'Dalatando. Sim, duas de almoço porque estamos em Angola. Não há outra razão que não essa mesmo. Porque é o tempo que demora a picanha a grelhar e as batatas a fritar!
Para cá, já habituados à viatura e mais confiantes na estrada, 8 horas.
Uma distância que no tempo colonial não demorava mais de 4 horas, e acho k o carro de agora é um pouco melhor que o de então....!!!
Claro que todos sabemos que o problema são as estradas e o tempo de guerra que não permitiu a manutenção. Mas claro que todos sabemos também, que já poderíam estar noutro estado, caso................ e caso.................. E o resto só digo, não escrevo.
Também é verdade que estão em curso empreitadas de recuperação, quase todas chinesas e espero daqui a um ano poder escrever outro texto diferente. Mas acho, e não só eu mas muita gente com quem falo, que teria sido de bom senso terem sido estas as primeiras obras a fazer e em Angola não é assim.
Agora a viagem: pura paisagem africana, libertadora pela imensidão, pela cor e pelo cheiro. Infelizmente não pude ir a Pungo Andongo, local histórico de Angola, mas fica a foto que, para que possam verificar a imponência, foi tirada a mais de 15km de distância. São formações rochosas no meio da monotonia paisagística que só me faz lembrar a foto de Ayer's Rock na Australia. Espero um dia poder comparar as duas ao vivo e não só em foto.
De resto, as famosas quedas que podem ver num post mais abaixo e picada, buracos, pó e muitos saltos e saltinhos no carro que serviram para melhorar a minha coluna, recentemente recauchutada.

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