quinta-feira, setembro 01, 2005

Do passeio à pesca os fins de semana são únicos

Nem sei por onde começar... temos tardado tanto a publicar uma notícia sobre estes mais recentes fins de semana que os vou abordar sem qualquer lógica cronológica mas tão somente pelos momentos altos que ficaram gravados na nossa memória.

Vou talvez começar por um fim de semana bem diferente, que começou por dirigirmos para sul uns 190km até chegarmos à margem do Rio Longa, onde apanhámos um barquinho, com um motor de 15cv, descendo meia hora pelo rio até quase atingir a sua foz, vislumbrando nas margens, garças, bambus e ainda 2 tímidos mas intimidantes jacarés , até que chegássemos a uma estalagem de pesca, erguida sobre estacas de madeira, mesmo nas pantanosas margens do rio. Mesmo à chegada, junto do pontão de madeira tosco, que serve de porto, podiam ver-se nenúfares . Que magníficos!!! De seguida, os bangalows em madeira , muito bem enquadrados na paisagem (ver primeiros posts deste blog). Têm água quente corrente, mas nada de electricidade. A luz à noite é a que provem da lua e das estrelas, ou de algumas velas espalhadas pelas pitorescas palafitas... Para cozinharem, os funcionários da estalagem usavam umas daquelas luzes de mineiro na cabeça (sobre isso não tenho foto e o que eu lamento não ter registado o momento)... Realmente uma obra simples de um bom gosto notável, gerida por namibianos... quando cá vierem incluiremos dois dias no vosso roteiro para conhecerem este espaço.

Os dias, escusado seria dizer, foram inteiramente dedicados à pesca. E o resultado foi 4 pungos e um pargo. O peixe mais leve - 16kg ; o mais pesado 21kg. Atravessávamos o rio para a outra margem de barco, não fossemos ter o azar de nos cruzarmos com um jacaré, embora a travessia não se estendesse por mais de 20 metros, e íamos até ao lado do mar. Daí, com canas com cerca de 4,5 metros de comprimento e chumbadas na ponta da linha de 200gr, para evitar que o isco e o anzol sejam empurrados para a rebentação, faz-se o lançamento. Ora descobri que não tinha a menor vocação para este tipo de pescaria. O meu lançamento não deve ter ultrapassado os 15 metros, o que realmente não colocava o isco numa zona de muita fauna marítima. Os rapazes, por sua vez, vou ter que admitir, lançavam 50/60 metros, o que os deixava em franca vantagem. Mas foram dois dias muito divertidos e que deram para experimentar mais umas coisas novas.

Noutro dos fins de semana, baptizámos finalmente o esperado barco de um grande amigo do sogrinho, que não aprecia especialmente barcos nem mar, não tem carta de marinheiro, mas a quem recomendaram que não poderia passar mais sem um barco. Ainda bem, abençoados sejam por tão sábio conselho. O Nuno foi, pelo seu enorme sentido de responsabilidade, nomeado pelo dono para "tomar conta" do barco. Trata-se de um Quicksilver 750, com dois motores de 150cv cada. No Sábado seguimos na direcção da baía de Luanda e tivémos o privilégio de olhar para a cidade de uma perspectiva pouco usual . Ficam algumas fotos, que mesmo assim, garanto-vos, não são fidedignas da paisagem e da fotografia que marcaram o dia. No Domingo, optámos por ir para a contra costa. Para quem não conheça bem Luanda, a ilha do Mussulo, que é na realidade uma península, tem início cerca de 30 km sul de Luanda e estende-se, sobre o comprido, ao longo de 25km até quase chegar à cidade. Forma por isso a enorme baía do Mussulo de um lado, caracterizada por águas quentes e calmas, onde fazemos a maior parte das nossas pescarias, e está sujeita, do outro lado, a contra costa, ao agitado Atlântico, de água um pouco mais fresca. Prestado o esclarecimento... fomos então navegar para a contra costa e imaginem a nossa sorte, primeiro avistámos um peixe lua, um peixito com alguns 250kg, que é meio achatado mas que tem cerca de 2 metros de diâmetro. Pouco depois, vimos uma baleia . Estava a migrar para sul e para as águas frias. O Verão está a começar e as águas a aquecer... ainda fomos navegando lado a lado, seguindo o seu rasto... foi lindo!

Por último, vou limitar-me a falar de um fim de semana de acampamento. Lá fomos nós rumo a sul mais uma vez, 120km, para Cabo Ledo. Uma praia muito boa propícia ao surf, pelas suas ondas, e com um longo areal, perfeito para montarmos o nosso campo de beach tennis recentemente adquirido. Foi um fim de semana de perfeita comunhão com a natureza. À noite umas lanternas, uma fogueira e um chouriço assado, e depois foi adormecer ao som da ondas. Só mesmo o galo que não se calou por mais de 4 horas nos tirou do sério. Natureza, natureza tem limites... Hehehehe!!!!

Espero ter despertado em alguns o apetite de cá virem... depois da rotina tinha que vir o lazer!!!!! É uma terra de constrastes, capaz do pior mas também do melhor!

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