terça-feira, maio 19, 2009

Um dia nesta terra (nesta de cá, desta vez)....!

Após o nascimento da princesinha, o desafio era (ainda é) o de conseguir rapidamente os documentos que permitam a Raquel acompanhar os pais na ida para Angola. Se a isto acrescentar-mos fraldas para a frente e para trás, birrinhas do Tiago, noites (menos) bem dormidas, barriguinha da Raquel, etc.... Valha-nos a maminha da mamã para evitar os biberões, tetinas e esterilizações.
Bem, mas voltando aos documentos, nada de grave seria de esperar, pois a Raquel nasceu num País civilizado.... pensávamos nós.
Com esta nova modalidade do cartão do cidadão, a coisa complicou, não simplificou como esperaríamos. Dirigi-mo-nos a um dos locais onde emitiam esses cartões, perto de casa: OEIRAS. Um bebe deveria ter prioridade. No local confirmaram essa prioridade, desde que possuísse-mos uma senha, ou seja para tirar a senha caímos no regime geral, mas uma vez em posse de uma, passamos a ter prioridade (?). Senhas que normalmente às 09:00 já estavam esgotadas, tal era a afluência diária.
Ainda fiz uma tentativa de ir para a fila, munir-me de uma senha, mas logo por azar nesse dia estava uma chuva danada e teria que aguardar ao relento pois as instalações ainda estão fechadas a essa hora e e sinceramente, não me apeteceu. Fui a OEIRAS, sim, para registar a Raquel: 2 horas de espera, porque não a quis levar para a seca. É mas pai é mesmo assim... :)
Antes de me meter a caminho de outro local, liguei para a linha do cartão do cidadão para esclarecimentos, de onde saiu um "pois, há prioridade para bebes mas tem que ter uma senha, e olhe que neste momento estão esgotadas em todos os locais a que tenho acesso pelo sistema".
OK, decidi eu, amanhã vou cedinho para Lisboa conseguir uma senha para a Raquelucha. Dito e feito. Quando cheguei à loja do cidadão das Laranjeiras, havia pelo menos 200 pessoas numa fila para entrar..... às 07:45 e aquilo abria às 08:30. Nem me dei ao trabalho e fui tomar um belo pequeno almoço.
Quando entrei, consegui a senha 044. Óptimo. Perguntei à funcionária das informações se agora podia ir buscar a bebé a casa a que ela disse que sim.
Regressámos, com a Raquel, perto das 10:00. Quando vou ao balcão das prioridades, dizem-me que a senha já passou o número e que por isso tenho que dar o nome para a lista de prioridades. Afinal viemos a saber que existia um balcão só para prioridades, que nem era preciso senha e cujo atendimento se fazia por ordem de chegada. Até estava bem pensado mas a falta de informação e divulgação bem nos lixou e acabámos em 8º da lista. Entretanto avisaram-nos logo que como era para um recém nascido, o melhor seria tirar umas fotos no fotógrafo, pois na "maquina" moderna, não ia resultar e ser aceite. Felizmente, o fotógrafo era ao lado e era um habitue nestas coisas. Custou um pouquinho, mas lá foi.
Voltámos para as "prioridades" e já estávamos em.... 8º...! Esperámos um pouco, e continuávamos em 8º...! Pensámos em ir a outro lado mais rápido, pois na Fontes Pereira de Melo havia 10 conservatórias no mesmo edifício. Seguimos, mas não sem antes garantir que quando voltássemos o nosso lugar das prioridades ainda lá estaria. Chegados ao local, ficou a bebé no carro a papar e fui buscar mais uma senha. Fui a uma das conservatórias e consegui uma senha. OK, fui buscar a actriz principal.
Chegados ao local, esperámos ser os próximos com mais uma prioridade, apesar de uns olhares travessos que nos lançaram, pois haviam pessoas no local desde as 09:00 da manhã e já passava do meio-dia.
Na nossa vez, tentámos a foto digital que obviamente não foi possível. Pior, a maquina, ao baixar para a altura da Raquel, AVARIOU. Felizmente tínhamos as fotos em papel, pensávamos nós; infelizmente, a funcionára daquela Conservatória não aceitava fotos em papel porque nunca tinha feito nenhum cartão dessa forma. Recomendou-nos que o fizéssemos na loja do cidadão nas Laranjeiras, porque eles lá tinham mais experiência nesses casos.... mais ironia era impossível!!!
Para não dar o dia como perdido, voltámos para as Laranjeiras a reclamar o nosso lugar de prioridade. Contrariada, a Sra aceitou (apesar de não ser a mesma que me tinha garantido o lugar). Por isso esperámos uns 15 minutitos e lá fomos atendidos, pela mesma Sra contrariada que se veio a revelar muito simpática e competente (sem ironias, foi mesmo).
Com esta aventura, chegámos a casa perto das 18:00.... Incrível. E tudo, e esta é a parte mais engraçada, porque precisamos do passaporte para o visto da Raquel. Pois é, ela precisa de visto para entrar no País de nacionalidade do Pai e onde a Mãe tem cartão de estrangeira residente. Mas em Portugal, para ter o passaporte é necessário o cartão do cidadão. E agora esta: como o cartão do cidadão pode demorar meses e pode não dar tempo para a Raquel tirar passaporte e visto e viajar, podemos pedir o BI com carácter urgente para prosseguir a partir daí. MAS PARA TER O BI DESSA FORMA, É NECESSÁRIO O COMPROVATIVO DE QUE JÁ TRATÁMOS DO CARTÃO DO CIDADÃO E QUE ESTE NÃO FICA PRONTO A TEMPO. NÃO É LINDO? E assim, podemos voltar ao início deste post e começar tudo de novo..... Ele há coisas.......
Para compensar fomos passar uns dias de descanso à "pasmaceira" do Algarve e na conservatória e Govero Civil de Faro, tratámos do BI e passaporte em poucos minutos.

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