sexta-feira, dezembro 29, 2006

A Bela Pambala...






Pambala é o nome de uma antiga fazenda, 60 km a norte de Luanda, no litoral e que deu o mesmo nome a uma belíssima praia.

Claro que a fazenda mais não é do que um conjunto "desconjuntado" de paredes, estou desconfiada de que até sem telhas, seguramente sem portas e janelas, mas o espaço em redor é magnífico. Uma extensão de palmeiras de perder de vista. Diz, quem teve em Pipa, naqueles tempos em que o desenvolvimento ainda não lá tinha chegado, que em tudo se assemelha.

E agora poderiam vocês pensar, e apenas a 60km de Luanda, isso é bom... num instantinho chega-se lá. ERRADO. 60 km igual a 3 horas de viagem na ida e 4 horas no regresso.

Não há dúvida da prioridade de reconstrução do país - estradas. O acesso pode ser feito por duas vias: cruzando o rio Dande, por ponte, ou por terra pelo Caxito. Para lá fomos pela ponte, cuja data de inauguração se prevê para 11 de Novembro (não sejam inconvenientes e não perguntem como conseguimos então, por favor?), para cá regressámos pelo Caxito. Os primeiros 25km dos dois percursos são comuns e apesar de algum trânsito fazem-se bem, depois até à ponte são pouco mais de uma dezena de km's asfaltados e em bom estado, e a partir da ponte, terra batida, mas em óptimo estado, pois o piso estava preparado para receber a estrada que dará continuação ao acesso da ponte. O regresso é que foram elas... Digamos que a estrada da praia até ao Caxito era como que um asfalto de retalhos... com buracos e muita terra à mistura, em que ficam sérias dúvidas se vale a pena escolher o caminho ou fechar os olhos, encontrar a velocidade certa e seguir sempre em frente. Mas como um azar nunca vem só, depois do corpo sofrer esta massagem de 20km, encontrámos um belíssimo engarrafamento até quase Luanda.

Mas mesmo assim, não há nada neste país, como partir à aventura, descobrir novas praias, novos acessos, fugir do caos de Luanda, da sujidade e do assédio dos vendedores e ir de encontro à ingenuidade daquelas populações nas pequenas aldeias que ainda acenam efusivamente para um carro por se tratar de uma raridade.

O dia foi magnífico, uma paisagem de areia, mar e coqueiros até os olhos encontrarem a linha do horizonte, sem que uma toalha, um sombreiro, ou uma pessoa interrompessem sequer essa linha de visão. Pelo menos até às 3 da tarde, hora em que os locais, cerca de uns 30, chegaram, em apenas duas pick-up, já bem "animados", para fazer a festa.

As recompensas de um dia assim são tão preciosas que elegeremos sempre estes dias de descoberta, mar e paisagem desbravada para os nossos fins de semana.

Para quem ficou curioso, fica o convite, apareçam.

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